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A produção de Cana-de-açúcar no Brasil
A cana-de-açúcar (Saccharum spp) é uma gramínea, de porte ereto, podendo atingir até 6 metros de altura, e, apresenta os principais estádios fenológicos: brotação e emergência, perfilhamento, crescimento e maturação dos colmos (CASAGRANDE, 1991).
A produção de cana-de-açúcar no Brasil, é voltada, principalmente, para a produção de etanol e açúcar. Em menor escala, tem-se a produção de cachaça artesanal, doces, e, seus subprodutos e resíduos, são utilizados como: energia elétrica, fabricação de ração animal e fertilizante, que retorna para o canavial (PEREIRA et al., 2020).
A expansão do setor sucroenergético foi marcado por fatos relevantes desde 1970, com a criação do programa Proálcool (MATOS; MARAFON, 2020). A chegada do primeiro veículo com motor flex, em 2003 no Brasil, foi outro fato que impulsionou o crescimento da área plantada de cana-de-açúcar no país, bem como o aumento no número de usinas (SANTOS; CASTILHO, 2020).
De acordo com dados da Novacana (2025), há 432 usinas de açúcar e etanol georreferenciadas no Brasil, sendo que 224 destas, estão na região sudeste, seguidas pelas regiões centro-oeste, nordeste, sul e norte, com 92, 75, 36 e 5 usinas, respectivamente.
Estimativas para a safra 2024/25, tabela 1, indicam o estado de São Paulo como responsável por 52% da produção total do país, que prevê produção aproximada de 677 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, redução de 5,1% em relação a safra 2023/24. A produtividade média Brasil está em 77 toneladas, redução de 9,8% em relação a safra 2023/24, consequência dos baixos índices pluviométricos, altas temperaturas na região centro-sul, além das queimadas que atingiram os canaviais. A área está estimada em 8,77 milhões de hectares de cana-de-açúcar, aumento de 5,2% em relação à safra anterior (CONAB, 2025).
A previsão da produção de açúcar para safra 2024/25 é de 44,1 milhões de toneladas, redução de 3,4% em relação à safra 2023/24, que apresentou recorde histórico de produção no país. A produção total de etanol (hidratada e anidra), resultante da cana-de-açúcar, está previsto em 29 bilhões de litros do biocombustível para essa safra (CONAB, 2025).
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar, mesmo com a redução na produção, pelas adversidades do clima, apresenta constante oferta no mercado e posição de destaque nas safras da cana-de-açúcar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASAGRANDE, A.A. Tópicos de morfologia e fisiologia da cana-de-açúcar. Jaboticabal: FUNEP, 1991. 157 p.
CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira de cana-de-açúcar, Brasília, DF, v. 12, n. 4, 2025. 45 p.
MATOS, P. F. de; MARAFON, G. J. Dinâmica territorial do setor sucroenergético em Santa Vitória, Minas Gerais. Revista Campo-Território, v.15, n.37, 2020, p. 1-18.
NOVACANA. Lista de Usinas de Açúcar e Etanol por região. 2025. Disponível em:< https://www.novacana.com/usinas_brasil/regioes>. Acesso em: 28 abril 2025.
PEREIRA, M. J.; SANTOS, R. L.; SILVA, C. J. C.; ATAIDE, L. dos S. C.; SANTOS, R. V. de S.; MONTE, I. R.; SILVA, I. C.; SANTOS, J. A.; SANTOS, M. B. da.C. Development of sugarcane varieties under foliar application of Nitrogen.Research, Society and Development, v. 9, n. 8, 2020, p. 1-18.
SANTOS, H. F. dos; CASTILLO, R. Vulnerabilidade territorial do agronegócio globalizado no Brasil: crise do setor sucroenergético e implicações locais. GEOUSP Espaço e Tempo, v. 24, n. 3, 2020, p. 508-532.
Texto elaborado por:
Camila Menezes | Bióloga e Engenheira Agrônoma
Pós-Graduada em Gerenciamento Ambiental e em Manejo do Solo