A Importância da Adubação com Micronutrientes na Agricultura Moderna

A adubação com micronutrientes tem papel fundamental na sustentabilidade e na produtividade agrícola. Embora exigidos em pequenas quantidades, os micronutrientes são essenciais para o metabolismo das plantas, influenciando diretamente o crescimento, a qualidade dos produtos e a eficiência no uso de macronutrientes. A deficiência desses elementos, muitas vezes negligenciada no manejo nutricional, pode comprometer significativamente o rendimento das culturas. 

A intensificação agrícola e o uso contínuo de solos sem reposição adequada de nutrientes têm levado ao esgotamento progressivo da fertilidade natural do solo. Tradicionalmente, o foco da adubação tem sido voltado aos macronutrientes — nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) —, deixando os micronutrientes em segundo plano. No entanto, pesquisas recentes evidenciam que a deficiência de micronutrientes, como zinco (Zn), boro (B), manganês (Mn), cobre (Cu), ferro (Fe) e molibdênio (Mo) pode limitar severamente o potencial produtivo das culturas.

Cada micronutriente desempenha funções específicas e vitais no metabolismo vegetal:

  • Zinco (Zn): atua na síntese de proteínas, no metabolismo de auxinas e na integridade das membranas celulares.
  • Boro (B): essencial na formação da parede celular, na germinação do pólen e no transporte de açúcares.
  • Manganês (Mn): participa da fotossíntese e da ativação de diversas enzimas.
  • Cobre (Cu): importante na respiração e na lignificação dos tecidos.
  • Ferro (Fe): componente essencial das proteínas transportadoras de elétrons na fotossíntese e respiração.
  • Molibdênio (Mo): necessário para a fixação biológica do nitrogênio.

A deficiência de qualquer um desses elementos resulta em distúrbios fisiológicos que se manifestam visualmente por cloroses, necroses e baixo vigor vegetativo e consequentes perdas de produtividade, redução na qualidade dos grãos, frutos e hortaliças, além de maior suscetibilidade a pragas e doenças. 

Além disso, a adoção de cultivares de alto rendimento aumenta a extração de nutrientes do solo, intensificando a necessidade de manejo adequado da adubação micronutricional.

A aplicação via solo é a forma mais comum e visa corrigir ou prevenir deficiências antes do plantio. Pode ser feita de três maneiras principais: 

  • a lanço (superficial): Os fertilizantes micronutrientes são distribuídos de forma uniforme sobre o solo, geralmente misturados com adubos NPK. Indicada para micronutrientes de baixa mobilidade, como Zn e Cu.
  • Localizada: A aplicação é feita na linha ou cova de plantio, próxima às raízes, para aumentar a eficiência de absorção. Muito usada em culturas anuais.
  • Incorporada: O fertilizante é misturado ao solo por meio de gradagem ou aração, garantindo melhor distribuição do elemento, especialmente em solos com baixa fertilidade inicial.

O produto Massari DGMS + S + B 0,05 + Zn 0,05 + Mn 0,15 + Cu 0,05

(Carbonato de cálcio e magnésio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, ácido bórico, sulfato de zinco, sulfato de manganês e sulfato de cobre) é um corretivo de solo enriquecido com os micronutrientes necessários e pode ser aplicado de acordo com as três formas citadas acima

A adubação com micronutrientes é uma prática indispensável para garantir o equilíbrio nutricional das plantas, o aumento da produtividade e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e deve ser incorporado ao planejamento da adubação, com base em diagnósticos precisos e no conhecimento das particularidades de cada cultura e solo. Investir em adubação com micronutrientes é investir em qualidade, rentabilidade e conservação dos recursos naturais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Malavolta, E. (2006). Manual de Nutrição Mineral de Plantas. Agronômica Ceres.

Fageria, N. K. (2009). The Use of Nutrients in Crop Plants. CRC Press.

Alloway, B. J. (2008). Micronutrient Deficiencies in Global Crop Production. Springer.

Texto elaborado por:

Roberta N. Bardauil Conte

Engenheira Agrônoma